O dia era 24 de fevereiro, quarta-feira de 1999, após 9 meses, de muito espera, ansiedade, ele chegou e minha vida nunca mais foi a mesma, ficou muito melhor.
Azul passou a ser minha cor favorita. Troquei as compras de roupas por fraldas, as bolsas pelos brinquedos, os sapatos pelo vídeo game e jogos. As idas ao shoping pelos parquinhos. Os sábados que eram para acordar tarde, passei a acordar cedo para assistir desenho animado (tudo que ele não dormiu na infância, passou a dormir na adolescência).
Ele é o melhor de mim bem melhorado, meu filho, meu orgulho, minha vida, meu "dibb" para sempre. Por ele e para ele dediquei esses 18 anos, bem vividos, graças à Deus, com aquilo que de melhor pude proporcionar.
Ele é meu case de sucesso de planejamento, afinal tive 9 meses para planejar e montar meu "business plan de filho".
Cometi erros, acertei, lutei, chorei, superei e até aqui Deus tem nos sustentado com seu amor.
Sou durona, mas chorona e mole quando se trata dele. A semana toda do aniversário de 18 anos chorei, lembrando de tudo que já passamos juntos e tenho certeza de que Deus o enviou como filho para temperar minha vida.
Lembrei de quando os convites para aniversários passaram a chegar somente no nome dele. Das inúmeras vezes que o deixei nas mãos de comissários de bordo e só aquietei o coração quando conseguia falar com ele quando chegava no destino. Do Tio da perua me falando que ele era o único que não dava trabalho para encontrar na escola, pois estava sempre sentadinho fazendo os deveres de casa, assim teria tempo em casa para brincar e jogar vídeo game ou ler seus livros, sim ele gostava de ler desde pequeno. Das tias da escola reclamando dos seus questionamentos (puxou a mim também), questionador sempre. De quando as pastas com trabalhos ficavam dias prontos em cima da mesa, porque ele não deixava para fazer os trabalhos em cima da hora (hoje não é mais assim). Da chatice em ter os DVDs e jogos organizados por ordem alfabética e ficava chateado quando a moça ia limpar e tirava da ordem. De quando ele não queria mais que o beijasse na frente dos amigos. De quando voltou de férias e disse que não iria mais dormir na minha cama. De quando os avós compravam bombom de cupuaçu para ele trazer para mim e ele vendia no prédio. Do dia que cheguei em casa e tinha fila na porta de casa para comprar os DVDs que ele havia enjoado. Do dia que cheguei tarde do trabalho e ele disse que ia ser advogado para meter aquela empresa que me trouxe para São Paulo no pau (rsrs) e eu falei que eles faziam isso porque eu tinha um filho para criar, mas a verdade é que eles nunca pediram para eu ficar, eu ficava porque sabia que se desse o meu melhor, conseguiria te dar o melhor, mesmo com minhas ausências.
Todo esse período foi bem punk, mas aí chegou o colegial e percebi que havia passado de fase.
Tinha baile na escola, apareceram as "amigas". Trabalhos na casa de amigos que vez ou outra tinham posts de fotos na piscina, "churras" com os "brothers", shows, Lollapalooza, final de semana na chácara do amigo, etc.
Foram 3 anos e passei de fase 3 vezes.
Aí vem a tal da viagem de formatura: 7 dias comemorando com amigos, todos adolescentes, em um hotel e para piorar, fora de São Paulo.
Deus e a Terapia foram meu sustento para suportar tudo que aconteceu nesse período. Superamos juntos.
Aí ele me surpreende e passa no Vestibular antes dos 18, resolve estudar à noite e fazer 18 anos, tudo ao mesmo tempo...
Sintomas da "coroa", como ele me chama carinhosamente, não porque sou velha, mas porque sou a rainha da casa (rsrs), depois de toda essa vida linda e agitada ao lado desse filho extraordinário: hipertensão.
Não esperei que fosse passar tão rápido e ele ainda vira para mim e fala: 18 eu posso tudo!!!! Oiiiiii?!
São 18 anos com muita história, muitas risadas, muita parceria, muitas alegrias, algumas tristezas, mas principalmente muito, muito, muito amor e agora divido ele com a Bi.
- Bi, cuida bem do meu dibb, please!!!
Esse texto escrevi no dia do aniversário dele e até hoje me emociono, pois foram palavras que estava sentindo realmente e definiam exatamente parte de tudo que vivemos nesses 18 anos.
"Léo, acordei cedo para te escrever tudo isso e para pedir perdão pelas minhas ausências, para te dizer que seria capaz de viver tudo novamente com você e por você. Meu amor por você é tão grande que aperta o peito e as lágrimas escorrem de gratidão e felicidade por você ser quem é. Você sempre esperou pelos 18 anos, hoje bate à sua porta uma nova etapa e peço à Deus que Te proteja, Te guarde, Te dê discernimento, sabedoria, saúde e muito juízo. Te amo mais que farofa e brigadeiro".
Quem é mãe entenderá do que estou falando, pois ohhhhh amor louco e incondicional é esse de mãe.
Aqui ele foi desenhado pela Luiza, muito lindo o desenho e ele.
Grande beijo a todas mães maravilhas.
Claudia
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